terça-feira, 9 de junho de 2009

A Corrida #2 (parte 5)

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A multidão, que ainda estava um pouco agitada, paralisou-se diante da velocidade do jegue. Loreta não acreditava no que via: Jesse já quase sumindo na curva da estrada, a frente de uma grande nuvem de poeira deixada por Jorge em sua correria frenética. Os pés de Jesse quase tocavam o chão, e realmente chegaram a tocar quando Jorge fez a curva, desaparecendo da vista de Loreta

Fazia tempo que o padre não usava a estratégia da pistola explosiva em uma corrida. Cavalgava com certa tranqüilidade, rindo da enorme vantagem alcançada.

Mr. Banger estava raivoso. Como odiava aquele padre trapaceiro. Seu cavalo no momento corria mais rápido que o de Walles, no entanto, o padre era apenas um pequeno pontinho, quase no horizonte, sumindo a cada curva da estrada.

Concentrado em avistar o padre, cada vez mais próximo, Mr. Banger só percebeu Jesse atrás de si quando ouviu o barulho de cascos frenéticos golpeando o solo.
Bem, nesse momento da história, cumpre fazer uma observação interessante: enquanto a maioria dos quadrúpedes, quando correm, fazem um barulho ritmado e compassado, com pausas a cada três marteladas (daí a denominação onomatopéica “pocotó”), Jorge ignorava tais pausas em seu cavalgar, produzindo um barulho semelhante a um rufar de tambores incessante, como aquele que antecede apresentações circenses ou qualquer tipo de espetáculo que permita uma sonoplastização criadora de expectativa na platéia.


Voltando à história:

Mr. Banger esporava seu cavalo e gritava como um louco para que corresse. Sentia-se incapaz de evitar a aproximação de Jesse, que estava quase deitado de bruços em Jorge, com as pernas para trás, a fim de garantir melhor aerodinâmica.

Aproximavam-se de uma curva de mais de noventa graus na estrada. De um lado havia um pequeno rochedo, do outro, um barranco. Mr. Banger diminuiu a velocidade, fazendo a curva com cuidado. Olhou para trás e viu que Jesse se aproximava da curva sem diminuir o ritmo. Poucos metros antes da virada, Jorge deu uma guinada brusca para o lado, percorrendo o restante do espaço que faltava para atingir a curva derrapando e já correndo para a direita, sumindo do campo visão de Mr. Banger ao entrar atrás do rochedo ao lado da estrada. Mr. Banger olhou para frente e soltou um palavrão. Nem cinco segundos depois, olhou para trás novamente e Jesse já havia reaparecido há menos de dez metros de distância de seu cavalo.

Mr. Banger estava vermelho e tremia de tanta fúria - o caipira montado em um jegue estava a superá-lo. Quando Jorge emparelhou ao lado de seu cavalo, Mr. Banger não pôde se controlar e estalou o chicote na direção da cabeça de Jesse, que se abaixou, fazendo com que a ponta da corda arrancasse seu chapéu. Jorge disparou, enquanto seu cavaleiro apanhava o chapéu no ar.

Alguns quilômetros após deixar o furioso Mr. Banger para trás, Jesse avistou o padre cavalgando com tranqüilidade. Ao olhar para trás, Walles não pôde deixar de soltar uma exclamação espantada, seguida por uma risada. Viola agora corria bem mais rápido, o que não impedia Jorge de se aproximar cada vez mais.

Jesse estava a menos de dez metros de Walles e se aproximando. Foi quando avistou o brilho vindo de cima do monte à direita da estrada. Já sabia o que significava. Prontamente, sacou a pistola e disparou dois tiros em direção ao reflexo da mira telescópica do rifle.


- Que iss?!... eita!!! – Exclamou o padre, logo após ver um homem correndo para a parte de trás da montanha com o rifle na mão.

- Um atirador, padre. – Gritou Jesse, enquanto fazia mira novamente e disparava um tiro contra o homem empenhado em fugir.
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2 comentários:

.Sheba. disse...

puts! soh fui ver isso hj, no dia da prova de estatistica! Agr to lendo e foda-se minha nota =p

.Sheba. disse...

http://www.youtube.com/watch?v=rZrSuHjJ7ag